Karyna Gomes e Alice Costa estreiam como cantoras e atrizes no Festival de Cannes 2023 pelas lentes do conceituado realizador português Pedro Costa.
O impacto desta participação tem despertado milhares de manifestações de orgulho por parte dos guineenses e colegas artistas nacionais e internacionais nas redes sociais, desde que a publicação do vídeo das artistas no tapete vermelho, deste que é o maior festival de cinema do mundo, foi publicado pela sua label, Kavi Music.
O filme chama-se “As filhas do Fogo” e é uma curta metragem de ficção que retrata a vida de três irmãs da Ilha do Fogo em Cabo Verde que emigraram para a Europa e foram separadas pelas circunstâncias da vida. Cada uma, no seu “mundo”, conta a cantar a sua condição.
Cercadas de um cenário metafórico, típica do realizador, numa atmosfera que imprime suas dificuldades, as três irmãs cantam com tristeza a dureza da vida do emigrante, mas também a fé e a esperança numa vida melhor.
“Um dia saberemos porque sofremos” é na fala da cantora Elisabeth Pinard, atriz e cantora que interpreta o papel de uma das irmãs, a voz da esperança. O filme foi exibido duas vezes no Cannes e segundo o realizador Pedro Costa, ainda será gravado numa longa metragem.
A obra em si e a performance destas três atrizes foram bastante aplaudidas pela crítica e pelo público em geral do Festival de Cannes nos dias de exibição.
“As filhas do fogo” mistura cinema, música, canto e teatro, também tem uma performance ao vivo que estreou em 2016 na Gulbenkian em Lisboa e deverá continuar a ser apresentado em todo o mundo. Já passou por Madrid, Lisboa e Porto e a banda sonora é dos diretores musicais Marta e Marcos Magalhães dos Músicos do Tejo.
Esta é a terceira participação de Karyna Gomes no cinema depois dos filmes “Tabatô” de João Viana e “Si Distinu” da luso guineense Vanessa Fernandes, mas é a primeira como cantora num filme. Para a Alice – que lançou-se a solo a cerca de um mês – é uma estreia brilhante no mundo da sétima arte.
Karyna tem uma carreira que iniciou no gospel em 1997 no Brasil, passou pela banda Super Mama Djombo e já gravou dois álbuns de originais a solo – o “Mindjer” e o “N’na”. A cantora que ainda está em digressão com o segundo álbum, já iniciou sua agenda de concertos em 2023 e o próximo concerto será no “Seixal World Music”, no dia 9 de Junho.
O projeto “Afrolusitana” da Alice, a ex tropa que encantou Portugal com a sua interpretação única do tema “Amor a Portugal” em 2020 e já conquistou a admiração das conceituadas fadistas portuguesas Mariza e Ana Moura, com a sua canção de estreia “Sombras”, mistura fado com ritmos do pop africano e também terá novidades para breve.